domingo, 25 de maio de 2008

Estava devendo esse post a vc Mari...

Era um dia de novembro 1999 e estávamos nas provas finais. Tinha acordado mais cedo pra estudar biologia. Logo no início da manhã recebi uma ligação de um colega da sala que começou a contar uma história bem estranha, ele estava bem nervoso e falava coisas meio sem sentido, sobre ter visto uma pessoa se jogar do prédio em frente ao dele, o mesmo de uma amiga nossa. Enfim... demorou um pouco até eu entender que se tratava dela mesma...

Liguei para casa dela e falei com uma tia que me confirmou a história. Ainda lembro da sensação de estar caindo, acho que é exatamente quando dizem que você fica "sem chão". Não éramos melhores amigas, mas éramos amigas de sala e sentávamos uma do lado da outra.

Acho que só fui acreditar e entender que ela havia morrido mesmo, no colégio, quando via todo mundo chorando pelos cantos e aquele ar fúnebre, das pessoas olhando impressionadas...
Do colégio fomos ao funeral e quase não lembro de mais nada. Eu chorava tão desesperadamente e só tempos mais tarde fui entender um pouco do motivo.

Logo que nos conhecemos, não gostei muito dela e acho que tivemos algumas brigas e lembro claramente de já ter desejado que ela morresse... Não foi nada com raiva ou que eu soubesse que estava desejando, foi mais um daqueles pensamentos do tipo "não ia achar ruim se ela morresse..."
Enfim... A sensação foi desesperadora e levei algum tempo até me recuperar. Acho que outra coisa que me incomodou foi a sensação de culpa de "como eu pude não ter notado que ela estava com problemas?". Naquele dia eu sentia um remorso tão grande por um dia ter desejado uma coisa ruim pra alguém e de repente ver aquilo acontecendo, não por minha causa, mas de alguma forma aconteceu... Nunca chorei tanto na vida...

Até hoje quando tocamos no assunto "Janete" ninguém sabe direito o motivo pelo qual ela fez aquilo, dizem que ela estava grávida, dizem que sofria de depressão, dizem que estava apaixonada e o rapaz não gostava dela... Mil motivos...

Já voltei algumas vezes ao cemitério e sempre vou visitá-la... É meio bobo, mas eu valorizo isso, estar lá.. conversar com ela...
O que eu não entendo disso tudo é que depois desse dia eu nunca mais chorei de novo, outras pessoas da minha família já morreram, pessoas próximas, mas acho que eu encaro de forma diferente as coisas hoje... Ou depois disso e de outras coisas, eu simplesmente tenha endurecido um pouco mais...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Joaquim Manoel Coperfield

Pra quebrar um pouco o gelo:

=D



domingo, 11 de maio de 2008

Me sinto quase na obrigação de escrever alguma coisa legal por aqui, mas sinceramente, hj não tem nenhuma inspiração... =/
Há algumas semanas venho acompanhando o caso de Isabela, e por incrível que pareça o que mais me choca em tudo isso é a indignação das pessoas na rua. Violência e agressão gratuita. O país está revoltado, principalmente por que o principal suspeito é o pai da menina, mas francamente, toda essa manifestação de raiva, ou até mesmo as comemorações no meio da rua pela prisão do pai e da madrasta...Isso é realmente nescessário?
A punição de ninguém e muito menos as comemorações em cima das prisões efetuadas, irão aliviar a dor e o sofrimento das famílias... Pra mim, isso é mais uma manifestação de que o que o povo quer mesmo é vingança, não justiça...

Olho por olho e o mundo inteiro ficará cego... [acho que foi Gandhi quem disse isso...]