terça-feira, 1 de abril de 2008

Os Fatos da Vida...



Existem três características principais da existência humana: impermanência, não-ego e o sofrimento.

Impermanência: a aceitação de que nada é estático. Nós, nosso corpo e nossos sentimentos estão em constante mudança.
Não-ego: Baseia-se na existência do não-eu, ou seja, não há um "eu", porque assim como cada célula do nosso corpo está em constante mudança, nossos conceitos e tudo mais que nos define como pessoas é mutável.
Sofrimento: A insatisfação. Em geral todo sofrimento surge da negação da impermanência, pois sofremos em função do que nos ocorre hj como se fosse uma situação imutável. Aceitar que a dor é inerente e viver nossas vidas criam condições e causas para a felicidade.

" Não existe cura para o frio ou o calor. Não existe cura para os fatos da vida. Esse ensinamentos sobre as três marcas da existência pode nos motivar a parar de lutar contra a natureza da realidade. Podemos parar de causar mal, aos outros e a nós mesmos, com esses esforços para escaparmos das alternâncias entre prazer e dor. Podemos relaxar e ficar totalmente presentes em nossas vidas."


Durante muito tempo eu me pegava pensando que o mundo ou seja lá o ser superior que governe (ou não) tudo isso deveria ser muito injusto, em relação a algumas pessoas.. Mas sei lá... Acho que não sabemos enxergar, de fato, as oportunidades de crescimento que são colocadas na nossa frente, e como dizia uma amiga muito querida: gostamos muito de perder tempo nos achando coitadinhos.. "poor me", e acabamos desviando nossa atenção para o crescimento que uma situação difícil pode propiciar.

As coisas simplesmente são...

5 comentários:

Anônimo disse...

A gente nunca iniciou nenhuma discussão por aqui, não é?

Quando li a definição do não-ego, pensei: só por que é mutável, quer dizer que não existe? Aquilo que não podemos definir com precisão, não existe? E se tudo ao nosso redor e em nós mesmos está sempre mudando, nada existe? O que existe?

Esse texto é pareceu tão complexo pra mim.. É como se eu entendesse o que ele quisesse dizer, mas não conseguisse pensar com clareza sobre ele. Estranho, ne?

O ponto principal seria que devemos ver a vida como uma constante mudança e que não vale a pena ficar transtornado com isso, porque isso faz parte dela???

O que você escreveu na última parte me lembrou muito uma coisa que li em um outro texto, que falava que a gente costuma pedir mais força, mais sabedoria, mais alegria, e quando recebemos problemas pra resolver que vao nos proporcionar tudo isso, a gente enxerga como uma injustiça, como se recebessemos o oposto do que pedimos, sabe?

Isso de se fazer de coitadinha, me faz lembrar que a dor às vezes pode ser usada como fonte de prazer. Um prazer meio esquisito, mas pra quem se acomodou na tristeza, é perfeito, ne?
Digo isso por que já passei muito por isso..=/

Dipamkara disse...

Gostei do seu comentário...

Não existe um "eu", pq estamos em constante mudança... E se uma coisa nesse momento é de um jeito e passa a ser de outro, ela deixa de existir de uma forma definida... Nunca pensei a respeito disso, "se uma coisa está em constante mudança ela não existe?!" É um comentário muito interessante, pq a resposta é sim e não, pelo menos da forma como eu entendo...

Estava pensando agora em um exemplo interessante, um copo cheio de água, se vc está constantemente mudando o a água de dentro do copo, podemos dizer q aquele copo de água não existe, pq sempre q vc passa a mudar a água, ele é um copo "novo", não significa q ele não tenha uma forma... Mas q não existe forma concreta para ele. Pq por mais que possamos definir algo em palavras, não significa q aquela coisa exista. O que me leva a pensar sobre o que é o conceito de existência...

Enfim.. a idéia do Não-eu se refere a essa mudança, estamos a cada segundo tentando concretizar o que e quem somos, é como se tentassemos nos definir em palavras, mas sempre q fazemos isso, no segundo seguinte somos uma pessoa completamente diferente..Qualquer aparentemente insignificante fato, pode mudar completamente a forma de pensarmos...
Bom..pelo menos eu sinto muito isso.. a tal ponto q muitas vezes isso incomoda meus amigos... Não ser uma pessoa linear, entende?!
Tem dias que eu sou de um jeito e outros completamente diferente, experimento muito essa mudança e acho isso muito positivo, pq sentimentos e conceitos são como roupas... a gente não deve se apegar a uma forma de pensar ou agir, por que somos nus, nus de conceitos, nus de crenças, nus de vontades...

Acredito q somos essencialmente vazios e a nossa confusão a qual o budismo sempre se refere são esses milhares de "trecos" que agregamos a nós mesmos, como se fizessem parte da "gente", nossa identidade.

Qnt a sua sensação de "entendi, mas não sei explicar", ela é muito boa...Acho q tem a ver com o verdadeiro entendimento sobre a natureza das coisas, não temos conceitos para explicá-las. É como Matrix (eu sabia q ia acabar citando esse filme!), pensa em como alguém de fora da matrix iria explicar para alguém de dentro o q era " a matrix"?! "Nada disso q vc tá vendo agora existe... é tudo uma mistura de projeção da sua mente com um sistema de computador"

Pois bem, Mari.. é vero... Nada que nós estamos vendo agora existe... é só uma projeção das nossas mentes...

E é esse mesmo o ponto principal do texto, não existe uma vida boa ou ruim... Tudo q vivenciamos e acreditamos são interpretações nossas... Não vale a pena se ater em nenhum dos extremos de euforia ou tristeza.. pq não sei se vc notou, mas um extremo sempre leva ao outro..Sempre q temos uma vida satisfatória ficamos imensamente felizes, mas nesse ponto estamos nos abrindo ao extremo oposto, para isso basta que sejamos contrariados ...

Deu pra notar q eu adoro uma discussão né? :D
Afff.. não consigo calar a matraca!!! :P

Beijão e tava com saudade de te ver por aqui...

Anônimo disse...

Gostei muito do exemplo do copo com água, Pri. Mas confesso que ele me deixou com mais dúvidas! hehehe É que, o exemplo do copo me dá a idéia de que só o que está dentro (a água) que se modifica. O copo, o recipiente, permanece intacto.
O copo existe independentemente da água, não é? Sendo um copo vazio. Então o que podemos considerar parte existente (de nós), seria só o nosso corpo, o material? O resto não nos "pertenceria", por estar sempre mudando?

Matrix, sempre me lembro de vc! Acredita que só assisti o primeiro filme? Mas dizem que os outros não são tãaao bons quanto o primeiro, mas quero ver!

Não entendi bem isso do extremo oposto, Pri. Por que a extrema felicidade nos abre à tristeza? Se estamos mesmo extremamente felizes, penso eu que não nos deixamos abater por contrariedades.

Ahhh!! Eu também adoro conversar, discutir, principalmente sobre coisas que não entendo e que provavelmente não tem explicação ou diversas explicações!!!!! heheheh

Beijo!!!!

Dipamkara disse...

Sobre o copo.. de fato existe algo, uma parte essencial q não muda... acredito que não está relacionado ao material. Estaria mais relacionado ao que nos torna igual a todos seres, o q faz de nós humanos: a busca pela felicidade, instintos básicos, a necessidade de proteção... O líquido dentro do copo, o que muda o tempo inteiro está relacionado ao que pensamos, às nossas idéias, e muito disso pensamos ser permanente, imutável.

E a questão dos sentimentos... a extrema felicidade nos deixa mais vulnerável ao extremo oposto...Se vc se empolga facilmente com as coisas boas, é mais provável que quando acontecer algo não tão satisfatório, vc se sinta menos motivado...E se ao mesmo tempo, vc tenta manter uma visão mais equilibrada da vida, é mais dificil se iludir e se desiludir com as situações...Isso ñ significa q vc não vá se alegrar nem se entristecer com nada... mas q devemos evitar extremos... pq qnd se está completamente de um lado fica mais fácil caminhar para o outro, até pq qnd se está completamente de um lado, o outro lado é o único caminho possivel, falando de forma mais matemática, até...

Anônimo disse...

Eu tava pensando hoje... Se estamos na extrema felicidade, por que mudar? É porque temos essa necessidade por mudanças que só nos resta o oposto, já que estamos no extremo da felicidade? Pensando assim, começa a fazer sentido pra mim! Percebi tb que logo depois dos momentos de tristeza, consigo me sentir bem mais feliz que antes!
A vida parece não ter graça sem esses altos e baixos, não é?
Beijo!!!!